Os investimentos em infra-estruturas, instituições e medidas de gestão dos recursos hídricos no rio Kunene destinam-se todos a melhorar os usos benéficos da água. Estes incluem o abastecimento de água, a irrigação, a drenagem, a energia hidroeléctrica, a protecção do meio ambiente e o controlo das cheias e secas. Para que estas infra-estruturas e medidas funcionem correctamente, tem que se garantir a “segurança hídrica” em toda a bacia
Uma Definição da Segurança da Água
Uma perspectiva abrangente da segurança hídrica envolve a consideração das necessidades de água de todos os sectores que consomem ou exploram água, incluindo a indústria, a agricultura e a produção de energia bem como o uso de água para fins domésticos tanto nas zonas urbanas como nas rurais.
Garantir a segurança hídrica agora e no futuro implica também a necessidade de analisar aprofundadamente a sustentabilidade ambiental de sistemas e soluções através da preservação e manutenção de ecossistemas aquáticos. É necessário criar resiliência dentro de comunidades e de ecossistemas tanto contra as forças destrutivas da água como contra a escassez de água para se fazer face às alterações climáticas. A segurança da água é um problema técnico, um problema ambiental e, principalmente, uma questão social que envolve diferentes actores (stakeholders).
Fonte: Grobicki 2009, Stockholm Waterfront
A garantia da segurança hídrica protege a saúde e o bem-estar de pessoas individuais e comunidades inteiras. Exige planeamento para que futuramente haja água suficiente para o desenvolvimento social e económico e para os ecossistemas.
Condições de segurança hídrica de um ambiente determinado viabilizam a utilização da energia produtiva da água e minimizam o seu potencial de destruição. Conseguir a segurança hídrica significa garantir que todos têm acesso suficiente a água a preços aceitáveis para viverem em condições limpas, saudáveis e produtivas. Significa que as comunidades humanas estão protegidas contra cheias, secas, deslizamentos de terra, erosão e doenças transmitidas pela água. Significa também considerar a protecção do ambiente e os efeitos negativos de uma má gestão.
Garantir a segurança hídrica na bacia hidrográfica implica a protecção de sistemas aquáticos vulneráveis, protecção contra cheias e secas, o desenvolvimento sustentável dos recursos hídricos e a salvaguarda do acesso a funções e serviços dos recursos hídricos. A segurança hídrica a longo prazo deve também considerar como a gestão dos recursos hídricos precisa de ser adaptada para fazer face aos desafios das alterações climáticas.
Está em curso a reabilitação das infra-estruturas existentes ao longo do rio Kunene, havendo planos para mais infra-estruturas (ver Reabilitação e Desenvolvimento Futuro) a fim de melhorar a segurança hídrica. O funcionamento correcto da Barragem do Gove é um elemento chave para garantir a segurança hídrica em toda a bacia do rio (ver também Armazenamento e Controlo do Caudal).
O abastecimento seguro de água potável para o norte da Namíbia continua a ser garantido pela Barragem de Olushandja, que funciona como armazenamento de reserva ao longo do Sistema de Transferência de Água de Calueque-Oshakati.

O canal de Calueque-Oshakati ao atravessar a fronteira da Namíbia.
Fonte: AHT GROUP AG 2008
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