Os meios de vida rurais em Angola baseiam-se predominantemente na agricultura de sequeiro e na pecuária, bem como na pesca artesanal na proximidade de rios e lagos. Estes são complementados e diversificados pela recolha, utilização e comércio de uma série de produtos naturais, assegurando a sobrevivência da população pobre, especialmente durante os períodos difíceis como os períodos de seca. Em Angola, tal como noutras regiões da África Austral, os meios de vida das famílias e comunidades rurais dependem de forma crítica do regime de propriedade da terra e dos direitos de acesso a recursos que, por sua vez, são determinados ou influenciados pela política e legislação fundiária.

Abrindo novas terras para a agricultura em Angola.
Fonte: Tump 2004
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Após a independência em 1975, o Estado comunista dominado pelo MPLA nacionalizou todas as terras em Angola. A nova Lei de Terras recentemente proclamada (2004), aprovou a definição da terra como propriedade do Estado (ARD/USAID 2008). A maior parte dos terrenos rurais continua a ser gerida sob diferentes regimes de propriedade comunitária, com variados graus de individualização de propriedade em áreas onde se desenvolveram e foram implementados métodos mais modernos da gestão do solo.Todas as iniciativas agrícolas orientadas para o comércio (por ex., sistemas de irrigação comerciais) requerem licenças de arrendamento.
De um modo geral, os meios de vida rurais nas terras de propriedade comunitária baseiam-se predominantemente na agricultura de sequeiro de subsistência ou quase subsistência (ver Produção de Culturas e Pecuária), bem como na Pesca Artesanal em localizações ao longo ou próximo de rios e lagos. Tradicionalmente contudo, a maioria dos agregados familiares rurais também colhe várias plantas e caça para complementar as provisões alimentares, encontrar remédios ou recolher combustível. Também utilizam recursos naturais como materiais de construção ou artesanato e, em menor grau, para actividade comercial e venda em mercados locais

Mercado local no Lubango, Angola.
Fonte: Tump 2006
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A colheita, utilização própria e comércio limitado de tais produtos naturais também complementam os meios de vida rurais, contribuindo para a sua diversificação e, por conseguinte, para uma maior sustentabilidade. Estes meios de vida suplementares poderão tornar-se num último recurso crítico para as famílias ou comunidades rurais sujeitas a uma pobreza extrema ou durante calamidades como secas prolongadas.