Os seres humanos ganham o seu sustento e asseguram os seus Meios de Vida através da modificação do seu ambiente, movidos pela demanda de água, alimentação e energia.
Os seres humanos intervêm nos habitats aquáticos de três modos (Falkenmark 2003):
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Controlo do fluxo dos rios para adaptar a sazonalidade do fluxo da água às necessidades sazonais da água. Alem das barragens e reservatórios, perfuração de poços e bombagem de água subterrânea manipulam o fluxo da água.
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Mudanças na ocupação do solo, tais como corte de vegetação (desflorestação) ou uso alterado para o desenvolvimento agrícola.
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Extracção de água para consumo e irrigação.
A Declaração do Miléniodas Nações Unidas tem por objectivo reduzir para a metade a percentagem da população afectada pela pobreza, fome e falta de água potável e saneamento básico desde os anos 1990 até 2015. Para se atingir estes objectivos, os seres humanos irão intervir nos ecossistemas com efeitos potencialmente negativos para a biodiversidade. Falkenmark descreve este fenómeno como ‘dilema básico’:
“Seres humanos e ecossistemas partilham a mesma água.”
Porque ambos, seres humanos e ecossistemas dependem na totalidade da água, a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos (GIRH) oferece uma abordagem para criar um equilíbrio entre a protecção dos ecossistemas e a demanda pela água a fim de assegurar os meios de vida.

Exploração de florestas para a agricultura no curso superior da bacia do rio Kunene.
Fonte: Tump 2004
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Impactos Humanos sobre a Biodiversidade
Tipo
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Definição
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Impacto
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Sobreexploração
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Sobreexploração refere-se à colheita de uma fonte renovável a um ritmo insustentável.
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A sobreexploração pode afectar vários recursos naturais tais como prados de pastagem (sobrepastoreio), populações de peixe (sobrepesca), e florestas (corte excessivo)
A sobreexploração prejudica e pode até destruir habitats e espécies que deles dependem.
A sobreexploração contínua pode levar à destruição do recurso.
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Introdução de espécies exóticas
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Espécies exóticas que habitam fora da sua área de distribuição geográfica nativa, que chegaram lá através da actividade humana, intencional ou acidentalmente.
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Espécies exóticas invasoras, normalmente não têm inimigos naturais na região invadida. Elas competem com espécies indígenas por espaço e nutrientes, e podem também desapossá-las.
Espécies invasoras representam a segunda causa principal de extinção e perda da biodiversidade em ambientes aquáticos em todo o mundo.
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Poluição
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A poluição é a introdução de agentes contaminantes no ambiente, causando instabilidade, desordem, danos e desconforto ao ecossistema.
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A poluição consiste em resíduos agrícolas, urbanos e industriais, tais como esgotos, fertilizantes e metais pesados.
Muitos dos agentes poluentes que entram no ecossistema são muito tóxicos para os organismos vivos e podem ser destrutivos para os habitats e espécies.
Podem baixar o sucesso reprodutivo, impedir o crescimento e até causar a morte.
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Fragmentação e destruição de habitats
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A fragmentação de habitats é provocada pela remoção da vegetação para permitir a prática da agricultura, desenvolvimento rural, urbanização e criação de reservatórios hidroeléctricos.
Degradação, fragmentação e poluição são aspectos da destruição dos habitats.
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Habitats que antes eram contínuos dividem-se em pequenos fragmentos.
A fragmentação afecta a biodiversidade através da redução da disponibilidade do habitat em termos de dimensão e quantidade.
Em pequenos fragmentos de habitat, a competição pelos nutrientes e espaço entre os animais aumenta.
As rotas de migração podem ser desconectadas e assim afectar a mobilidade dos animais entre os habitats.
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Fonte: Adaptado da Agência de Protecção Ambiental dos EUA www.epa.gov e varias fontes