A quantidade de oxigénio que se dissolve na água pode variar diária ou sazonalmente e reduz-se com temperaturas altas, salinidade e altitude. A máxima solubilidade do oxigénio na água a uma atmosfera (pressão padrão do ar ao nível do mar ou seja 101.325 kPa) varia de cerca de 15 mg/L a 0 ºC a 8 mg/L a 30 ºC — significando que a água gélida pode conter duas vezes mais oxigénio dissolvido do que a água quente (Wetzel 2001). O oxigénio dissolvido advém da atmosfera, da fotossíntese das plantas aquáticas e esgota-se tanto pela oxidação química como pela respiração dos animais aquáticos e microrganismos durante a decomposição da biomassa das plantas e outros materiais orgânicos.

Os rápidos no Baixo Kunene facilitam a aeração da água superficial.
Fonte: Dierks 1978
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A água superficial, próxima da interface água-atmosfera e dispondo de luz suficiente para a fotossíntese, é geralmente saturada ou mesmo super saturada de oxigénio. As águas mais profundas recebem oxigénio através de mistura pelo vento, das correntes e influxos de água. Mistura e aeração podem também ocorrer em quedas de água e corredeiras. Oxigénio dissolvido pode reduzir-se grandemente nos meses de verão em lagoas ou onde a reprodução de algas ocorre.
O oxigénio dissolvido é essencial para um ecossistema saudável. Peixes e organismos aquáticos necessitam de oxigénio dissolvido para sobreviver. A necessidade depende da espécie e da etapa da vida; alguns estão adaptados a condições de menor oxigénio, outros requerem maiores concentrações. Oxigénio dissolvido pode afectar a solubilidade e a disponibilidade de nutrientes, os quais podem ser libertados pelos sedimentos, em condições de baixo nível de oxigénio dissolvido (MELP et al. 1998).